Habilidade: Aplicar o conceito de DBO para entender problemas ambientais.
A Demanda Bioquímica de Oxigênio, mais conhecida pela sua sigla DBO, representa a quantidade de oxigênio necessária para que a flora microbiana degrade a matéria orgânica presente em determinado ambiente aquático.
Essa degradação ocorre por meio de processos oxidativos, sobretudo pela respiração. Assim, a DBO é uma medida das demandas respiratórias de uma comunidade e é influenciada por diversos fatores, tais como o oxigênio dissolvido, os microrganismos presentes, a quantidade de nutrientes e os valores de pH e temperatura.
A matéria orgânica no ambiente
A ciclagem dos nutrientes é um processo natural e necessário em qualquer ecossistema. Mesmo aqueles ambientes que não são atingidos pela poluição também apresentam compostos orgânicos que servem de alimento para os microrganismos ali presentes.
Nesse caso, a geração dos compostos orgânicos é baixa e depende do metabolismo natural dos animais ou da morte dos organismos. Dessa forma, a DBO também é baixa, enquanto a concentração de oxigênio permanece elevada graças à atividade fotossintética e à aeração da água. Como consequência, o equilíbrio local é preservado.
As águas poluídas, por sua vez, são ricas em matéria orgânica. Com isso, há uma grande demanda por oxigênio, o que pode levar a sua exaustão. Quando isso acontece, é comum observarmos a mortalidade de peixes e outros animais aquáticos, causando a degradação dos ambientes.
Por isso, antes que os efluentes sejam lançados na natureza, eles precisam ser tratados para reduzir a carga orgânica e, consequentemente, a DBO.
A importância da DBO para o tratamento de esgotos
A Resolução n°.43 do Conama determina que haja uma redução mínima de 60% na DBO de um efluente antes que ele seja lançado no corpo receptor. O teste para avaliar se esse objetivo foi atingido consiste em medir a concentração de oxigênio dissolvido na amostra e observar seu decaimento 5 dias após incubação a 20°C.
A redução na DBO é um indicativo de que a matéria orgânica naquele efluente está sendo consumida. Monitorar esse parâmetro é necessário para avaliar se o descarte não vai causar um desequilíbrio nos corpos d’água devido ao comprometimento dos níveis de oxigênio dissolvido.
Assim, para atender a legislação e preservar o meio ambiente, é preciso garantir que os microrganismos encontrem condições adequadas para desempenhar seus processos biológicos e degradar a carga orgânica presente naquele efluente. Entre os fatores que influenciam a atividade microbiológica em uma ETE, incluímos:
- as espécies de microrganismos presentes;
- a abundância de micro e macronutrientes;
- o teor de oxigênio dissolvido;
- o pH e a temperatura;
- a presença de compostos tóxicos.
Uma das formas de aumentar a eficiência de uma ETE é, portanto, contar com um consórcio de microrganismos otimizado para digerir os compostos orgânicos presentes nos efluentes. Graças à biotecnologia, isso já é possível!
Entre as vantagens de adotar esse tipo de solução, estão a redução de odores desagradáveis e o aumento da capacidade de tratamento. Isso sem falar na redução da DBO, o que é importante não apenas para o enquadramento nos parâmetros legais de descarte, mas também para a preservação dos ecossistemas.
Por essas razões, o tratamento biológico de efluentes deve ser conduzido com atenção. Afinal, um efluente contaminado provoca alterações nas características naturais de um corpo d’água, atingindo a saúde da flora, da fauna e também da população humana. Portanto, monitorar a DBO e adotar medidas para sua redução são atitudes essenciais em uma ETE.
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